quarta-feira, 11 de março de 2015

CATEQUESE SUBSÍDIOS - SEMANA SANTA


Catequese - Semana Santa
Mulher, eis ai teu Filho! Filho, eis aí tua mãe!” (Jo 19, 26-27)
Em muitas comunidades do país existe a tradição de se fazer, durante a Semana Santa, a Procissão do Encontro. O encontro de Jesus com sua Mãe é um símbolo de todos os encontros e de todos os desencontros humanos. Jesus experimentava a consequência final do desencontro. Ele deve morrer e deve sentir a morte, passo a passo, como uma dissolução lenta e dolorosa. A cruz sobre as costas era o castigo por todos os desencontros que havia provocado com sua presença, com sua mensagem e com seus gestos de perdão e de cura, de vida e de amor. Era o desfecho do desencontro final entre Deus e o homem. Mais uma vez o amor é mais forte do que o ódio, o anseio de encontro é mais profundo do que todo o poder do desencontro. A mulher que se aproxima torna-se neste momento o símbolo de toda a humanidade, que procura e quer encontrar-se com Deus, ainda que debaixo de uma pesada cruz. Bendita Virgem Maria, que nos apresenta a todos e, neste momento de desencontro universal, sai ao encontro de seu Filho e nosso Salvador. Ela arrasta consigo todos os desencontrados do mundo que anseiam redescobrir a arte do encontro. E é aqui, neste momento de dor, que se reconstrói o princípio único gerador de todos os encontros. É em Jesus e com Jesus que a humanidade tem de se encontrar, principalmente a partir da sua situação de dor, para que também sua cruz termine em Ressurreição. Por isso, encontrar-se com Jesus é o princípio de todos os encontros que geram vida. Na convivência entre o homem e a mulher, dentro da família, na labuta de cada dia, dentro da sociedade, somam-se as experiências de encontro ou de desencontros, de vida ou de morte. E Jesus nos faz entender que nem mesmo a cruz mais pesada precisa provocar desencontros e morte total. Ele a transformou num instrumento de encontro, cujas hastes, vertical e horizontal, unem o céu e a terra, o divino e o humano, e mantêm as pessoas unidas entre si. Maria Santíssima é a especialista de Deus na arte do encontro. É a ela que devemos recorrer imediatamente quando nossa vida dá sinais de cansaço no amor e ameaça ir em direção ao desânimo e aos desencontros. Mãe, fazei-nos encontrar Jesus no dia a dia de nossa vida, para que, por meio dele, toda a nossa existência seja de fato uma arte de encontros, até o encontro final convosco na casa do Pai! Amém!
Celebrando a Páscoa do Senhor
Eis o tempo de conversão
Com a Quarta-feira de Cinzas dá-se início à Quaresma e à Campanha da Fraternidade. É um retiro espiritual de 40 dias, ou seja, é um tempo em que damos maior liberdade para Deus agir em nós, tempo de conversão. Celebrar a Quaresma é festejar a vida de Deus, que vai brotando no meio da caminhada, do trabalho, da luta, do sofrimento e da dor da vida da gente! Como o povo de Israel, que andou 40 anos no deserto antes de chegar à terra prometida, terra de leite e mel! Como Jesus, que passou 40 dias de retiro antes de anunciar a vinda do Reino! Como Jesus, que sobe a Jerusalém para cumprir a missão que o Pai lhe confiou, para dar a sua vida e ser glorificado.
Celebrar a Páscoa
Celebrar a Páscoa é festejar a ação libertadora de Deus em Cristo e em nós; é festejar aqui e agora, como um acontecimento do presente. A Ressurreição de Jesus; é festejar a alegria de termos recebido os sacramentos pascais; é aprofundar na vida pessoal e comunitária a graça de sermos batizados e de renascermos como filhos e filhas de Deus.
O Tríduo Pascal
Celebrar o Sagrado Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor é celebrar o centro do ano litúrgico, a fonte que alimenta a nossa vida de fé, nossas comunidades, nosso empenho pelo Reino.
1. Quinta-feira Santa: celebrar a Ceia do Senhor, na noite da Quinta-feira Santa, é sentar-se junto com Jesus para celebrar a Páscoa do seu povo. É deixar-se lavar os pés pelo Senhor e dele
receber o mandamento novo. É comer e beber o seu Corpo e Sangue entregue por nós.
2. Sexta-feira Santa: celebrar a Sexta-feira da Páscoa do Senhor é celebrar “o dia em que o esposo nos foi tirado”. É contemplar suas chagas e tornar presentes as dores e martírios de todos
os injustiçados da terra, nos quais a sua Santa Páscoa continua.
3. Vigília Pascal: celebrar a Vigília Pascal é celebrar “a mãe de todas as vigílias”, noite santa na qual renascemos. É celebrar em plena escuridão o resplendor de uma luz que não se apaga. É celebrar a Ceia do Cordeiro sem mancha, nossa Páscoa, comendo o pão puro sem fermento com os corações sinceros e contentes, assumindo com mais totalidade o compromisso com a causa do Reino, da qual a ressurreição do Cristo é inauguração e lançamento decisivo.
Lembretes Litúrgicos:
Para celebrarmos profundamente a Páscoa, é importante nos lembrarmos de alguns símbolos e cuidados.
- Círio Pascal: durante os 50 dias da Páscoa, o Círio aceso no centro de nossas celebrações é o sinal do Cristo vivo, ressuscitado, luz de nossas vidas. É importante que ele seja bem feito e enfeitado.
- A alegria pascal: a alegria pascal é a característica mais destacada do Tempo Pascal. A cor branca ou dourada, as flores, tudo é orientado para expressar o sentimento de festa. Uma das expressões mais fortes é o“Aleluia”. É o canto novo da vitória do Cristo e das comunidades dos filhos e filhas de Deus.
- Água batismal: consagrada na noite da Vigília Pascal, permanece nesse tempo como lembrança do Batismo e da nossa recriação em Cristo. É importante que seja elemento de todas as celebrações da Páscoa.
- Quinta-feira Santa: o ambiente de festa e alegria deve estar expresso nos paramentos litúrgicos do altar, da mesa da Palavra, nas flores e nas velas, na cor branca. Na celebração deve aparecer claramente a dimensão da refeição. A comunidade pode trazer alimentos para partilhar.
- Sexta-feira Santa: dia de jejum, abstinência, silêncio e recolhimento. O ambiente deve expressar isto. O altar fica sem toalhas, candelabros... A cor das vestes é vermelha, sinal do sangue do Senhor derramado na cruz.
- Vigília Pascal: por meio do fogo, do Círio, das velas, do incenso, adoramos o Ressuscitado, luz de nossas vidas.
Para meditar:
- Por que o Tríduo e o Tempo Pascal são importantes para nós?
- De que maneira a comunidade o celebra?
- Como valorizar os cânticos, gestos, símbolos e cores na liturgia?

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